Nematóide das Galhas PDF Imprimir E-mail

 

Meloidogyne sp.


Introdução –


As espécies mais comuns de nematóides de galha são M. javanica e M. incognita . Perdas de 10 a 40% têm sido registradas em locais que apresentem solos médio-arenosos. Estima-se que em 23% das propriedades do estado do Mato Grosso tenham ocorrência do nematóide das galhas (RIBEIRO, 2008).
Hoje no Brasil já existem 56 cultivares de soja resistente ou moderadamente resistente a M. javanica e 62 a M. Incognita, porém somente essa medida não é satisfatória em áreas com alta infestação. A sucessão soja-milho, soja-sorgo ou soja-algodão, pode ser um componente importante para o manejo de M. javanica, desde que não haja infestação na mesma área de P. brachyurus, já em área com alta incidência de M. incognita, pode-se fazer rotação com espécies de Crotalária.


Principais sintomas –


A doença causada pelas espécies de nematóides deste gênero é dita "meloidoginose".
Os sintomas na planta resultam de murcha nas horas mais quentes do dia, declínio, queda de folhas e sintomas de deficiência mineral.
Nas raízes, que se desvitalizam e param de crescer, as galhas e rachaduras são visíveis. Às vezes há formação de raízes laterais curtas, mas a formação das galhas, de tamanhos variáveis, constitui-se no aspecto mais visível.
As lavouras apresentam manchas ovais, as reboleiras e as plantas apresentam-se raquíticas e suas folhas tornam-se carijó.


Figura 1 – Raiz com sintoma de meloidoginose.


Figura 2 – Reboleira causada por Meloidogyne sp.

Morfologia –


Fêmeas: ovais ou esféricas, com 0,5-0,7mm de diâmetro, apresentando um pescoço. Tem coloração característica branca-perolada e brilhante.
O estilete é fino e com nódulos.
Machos: são vermiformes, com 1-2mm de comprimento, com cauda curta.


Figura 3 - Morfologia de Meloidogyne sp. A. macho; B. região anterior do macho; C. região esofagiana da fêmea; D. larva L2; E. cauda do macho; F. fêmea (Tihohod, 1993).


Ciclo de vida -


O ciclo vital inicia-se com os ovos (A) que são depositados pela fêmea numa matriz gelatinosa, a "ooteca", que os protege (H, I). São colocados mais de 500 ovos, podendo chegar a ter o tamanho do corpo da fêmea. O desenvolvimento embrionário resulta na formação de uma larva (L1). A primeira transformação ocorre no interior do ovo, assim que eclode já é a larva L2, que irá procurar uma raiz para alimentar-se, guiada pelos exsudados da planta (B). A L2, vermiforme, cauda geralmente afilada, penetra normalmente próximo a capa protetora da raiz, na sua extremidade, movendo-se para o interior da planta (C). As primeiras penetrações do estilete são acompanhadas de secreções que causam um crescimento das células, levando à formação das "células gigantes" nutridoras (D-I). Ao mesmo tempo, uma intensa multiplicação celular causa o aumento das raízes, formando as galhas (J-L). As larvas, então, sofrem mudanças, dando origem as L3 e L4 e, finalmente, aos adultos, machos e fêmeas (E2-E4).
A duração do ciclo é extremamente variável para cada espécie de Meloidogyne, dependendo principalmente da temperatura (de um modo geral 25 dias a 27 ºC), além da susceptibilidade da planta hospedeira e das condições químicas e físicas do solo.


Figura 4 - Ciclo de vida do nematóide formador de galhas Meloidogyne. (Seg. AGRIOS In Tihohod, 1993).


Fonte – Embrapa www.embrapa.com.br/sistemadeproducao.
Figura 5 – Ciclo de vida simplificado


Figura 6 - Meloidogyne incognita - fêmea no interior da galha, com ovos.

Principais hospedeiros –


Meloidogyne javanica: soja, aveia preta, pé-de-galinha, nabo forrageiro, girassol, cana-de-açúcar, feijoeiro, caupi, mandioca e arroz.
Meloidogyne incognita: soja, aveia preta, milheto, pé-de-galinha, nabo forrageiro, girassol, milho, sorgo, algodoeiro, cana-de-açúcar, feijoeiro, mandioca e arroz.


Disseminação –


A disseminação é feita por larvas pré-parasitas ocorrentes no material vegetal, mudas enraizadas e solo aderido às máquinas e implementos. Águas de enxurradas e de irrigação também podem transportar estas larvas.